2. Estado melancólico causado pela falta de algo.
Chegamos ontem ao final da tarde ao Rio. Tempo abafado, mas não muito quente, céu cinzento escuro e chuvinha chata que vai caindo de tempos a tempos. A viagem correu bem, num avião todo XPTO, com televisão individual para cada um. Vi a série completa dos Kennedy (mais de 5 horas!), joguei Solitaire e li. Os miúdos portaram-se lindamente e as 10 horas de voo lá passaram sem grande demora.
Chegamos a casa os 5 mais 9 malas, 5 mochilas, 1 pasta de computador e um cão de peluche. Deu-me a febre da arrumação enquanto o Pedro foi a um jantar e os miúdos se colaram à PS3. Arrumei tudo. E era muito. Já temos o tapete de Marrocos na sala e fotografias de pedaços da nossa vida na sala e no nosso quarto. É bom ter esses bocadinhos da nossa Casa nesta nova vida. Quando cheguei à minha Casa (que será sempre a de Lisboa e por isso daqui em diante merece ser tratada por Casa, com C maiúsculo) andei a rever cada canto, cada divisão. Não fiz o mesmo aqui, pois a história desta ainda é curta e as nossas marcas ténues. Acho que com este carrego de coisas que trouxe de Lisboa vai ficar mais nossa. Vai ser "revista" com outros olhos quando regressarmos a ela depois de uns dias fora.
Mas o título desta crónica prende-se não com ontem mas sim com o meu "mood" de hoje. Sinto-me nostalgica, melancólica. Não são propriamente saudades, pois só saí de Lisboa ontem. Mas dou-me conta que, hoje, me faz falta Lisboa. É talvez o embate de ter estado com todos aqueles de quem gosto, que amo, num tão curto espaço de tempo. E de saber que só os vou ver dentro de uns meses. Ainda bem que vou ter familia cá em Janeiro, Março, Abril. Para revê-los e matar saudades.
Mas como a melancolia é um estado perigoso decidi reagir e não parei em casa. Saí logo de manhã cedo para ir às compras ao supermercado (eu quero o Continente !!!) e para comprar varões de cortinados. Já estão postos nos devidos lugares e ficou muito giro. Andei a entrar e a sair de casa todo o dia e por isso estive entretida. Amanhã novo dia será e de certeza que esta melancolia passará. É preciso entrarmos nas nossas rotinas, no nosso ritmo de vida daqui. Aí tudo se torna mais fácil e a nostalgia passa.
Numa das muitas saídas de hoje para fazer "recados" fui a Ipanema. As ruas estão CHEIAS de gente. As lojas estão cheias. As montras vestidas de branco. É giro andar do meio desta confusão de gente, todos com cara alegre e havaianas nos pés. Ainda desafiei os meus 3 "trengos" para virem comigo comprar cabides, mas não tive sorte nenhuma. Faz-me falta uma filha para estes programinhas ... mas se calhar também me mandava passear. Ou queria que eu gastasse um dinheirão em vestidos, chinelos e brincos. Pensando bem, estou muito bem com os meus 3 "trenguinhos".
Já amanhã vou começar a fazer os preparativos para o Reveillon. É tempo de passar a ferro a roupa branca e "fazer a mão e o pé". E prepararmo-nos para assistir a uma das melhores festas de passagem de ano do mundo. Com alegria e saúde e felizes por estarmos bem e por todos aqueles de quem gostamos também estarem bem.
Escrever estas linhas fizeram-me bem. Desabafei esta melancolia e já me sinto muito mais bem disposta. Mais alegre. Mais leve. Mais carioca!
Fui!