Na semana passada recebi uma mensagem no telemovel (não identificada e com muito ruído) em que apenas deu para perceber "vamos a Santiago do Chile e se estiverem em casa, dormimos aí no Sábado). Não sabia de quem era (não tenho os números de Portugal registados no telemóvel, pois é coisa que não sei fazer de uma forma automática) e o som estava péssimo. Para além disso não dizia o nome ... Fiquei a pensar que se queria cá vir a casa era porque nos conhecia. E aguardei. Ao final dessa tarde fez-se luz, ou melhor, recebi chamada telefónica e fiquei a saber quem iam ser os nossos primeiros convidados!
Mas foi a surpresa de toda esta combinação que mais me agradou. Fez-me sentir de volta a Lisboa, quando estamos em casa Sábado à tarde, sem planos para ir sair, e de repente fazemos um telefonema "Estão em casa? Óptimo, passamos por aí a seguir ao jantar"! Estamos a gostar muito de estar por cá, e também fazemos muitos programas, desde ir à praia a jantar fora. E tudo no mesmo esquema, sem grandes planos e levando tudo "numa boa" e de "amigo não empata amigo". Mas dei por mim a ter saudades deste tipo de programa, com amigos de toda a vida.
Resumindo, a Maria João e o Lino chegaram no sábado ao final da tarde, fomos jantar fora, dormiram no famoso quarto de visitas/multimédia e no Domingo ainda tivemos tempo para ir à praia de manhã e almoçarmos cá em casa. E nunca tinha imaginado que o Rio de Janeiro poderia estar na rota de alguém! Foi óptimo ter amigos de Portugal cá connosco. Nem que por apenas 24 horas.
Quando saíram fiquei com um "nó na garganta". Estiveram tão pouco tempo. E houve aquele sentimento de "eles vão e nós ficamos". Acho que de facto as saudades são maiores para aqueles que ficam do que para os que vão. Quem vai, vai sempre fazer coisas novas, descobrir novas terras, novas pessoas e novos lugares. Vai estar ocupado em desfrutar, em fazer alguma coisa, sem muito tempo para pensar no que deixou para trás. Eu quando viajava em trabalho também ia "numa boa", mas quando é o Pedro a ir eu também fico com imensas saudades. Quem fica ... fica. Na mesma vida, nas mesmas casas, nas mesmas rotinas. E com mais tempo para pensar em quem foi. E a achar que é injusto que os outros não estejam a sentir o mesmo. E por isso com mais saudades. Se calhar estou a ser demasiado complicada nesta minha explicação ...
Vamos a Lisboa em Dezembro, pelo Natal. Vamos estar com toda a família e com os amigos. Mas vamos regressar e quem aí vai ficar se calhar vai ficar mais tristonho do que nós que regressamos. Compreendo isso. Eu teria os mesmos sentimentos. Mas é a vida. Mas pensem que por outro lado sempre que alguém nos vier visitar e a seguir se fôr embora, será a nossa (pelo menos a minha) vez de experimentar tais momentos de saudade. Mas vendo "a coisa" pela positiva: ainda bem que estivemos juntos, ainda bem que conseguimos fazer coisas novas juntos. Não é melhor "estar" do que "não estar"? Mentalizemo-nos para viver em pleno esses dias, em tirar o maior dos prazeres a cada minuto que se vive, sem agruras ou a martirizarmo-nos que o tempo é curto e a prazo. E depois ... depois cada um avança com a sua vida e tenta superar as saudades e a falta uns dos outros. Porque tudo se consegue superar, desde que haja saúde.
Bom, esta foi uma crónica algo melancólica, que não é de todo como me sinto hoje, pois o sol está a brilhar. O tal "nó no estômago" durou alguns minutos, mas desapareceu logo depois de ter respirado fundo! Vou ajudar o Mi a fazer os TPC e depois ... já recebi um sms a desafiar-me para ir à praia!
E façam como a Maria João e o Lino: sempre que estiverem por estas bandas avisem e vêm cá passar o serão!
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