terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Parabéns ao Grande!

Faz hoje 16 anos que ganhei mais um “estado”, talvez o mais importante de todo o meu ser.
Nasceu o Francisco e de repente passei a ser Mãe. Lembrarei os detalhes desse dia sempre (ou pelo menos até ser mentalmente capaz). Foi de repente, 15 dias antes do previsto. A angústia do inesperado e do desconhecido, o mistério da existência ou não de dor, a ausência dos meus Pais, a impaciência por o conhecer, por o saber bem, e a mistura de todos estes sentimentos, era tão explosiva que acho que por muitos anos que viva nunca me vou sentir assim novamente. Posso estar a ser injusta com os meus outros filhos, mas a realidade é esta mesmo, não fosse ele o meu primeiro filho. Era miúda, nunca tinha sequer trocado uma fralda! E de repente lá apareceu o Kiko, pequenino e lindo. E lá tive que aprender a mudar fraldas, a dar biberons, a perder noites na Estefânia com faltas de ar e otites. Sinceramente, no princípio, tinha medo dele, de não saber tratar dele, de sentir que pela primeira vez na vida tinha alguém totalmente dependente de mim e de quem gostava mais do que de mim própria. Valeu-me o Pedro, muito mais racional e pragmático do que eu, e que interpretava o malvado livro do Dr. Spock enquanto eu e o bebé chorávamos durante a noite (ele com cólicas e eu … porque sim!).


O Kiko é o meu grande companheiro, um menino que sempre foi muito meu amigo, desde pequenino. Portava-se lindamente e era um verdadeiro “senhor”. Sempre foi assim, bem educadinho, meigo, amigo do seu amigo, com um sentido de justiça único. Tem um feitio completamente diferente do meu – é calmo, tranquilo, calado, pacato, caseiro, gosta de desporto, não ferve em pouca água, pensa antes de falar. E se calhar é por isso que me dou tão bem com ele. Admiro-o imenso. Gostava de ser como ele em tanta coisa. Ao dizer isto parece que estou a falar de uma pessoa mais velha, mais madura do que eu. Mas não – estou a falar do meu menino, que faz hoje 16 anos. Sinto que quando eu crescer quero ser como ele! O bem que ele me faz quando eu estou à beira de uma fúria e ele me diz, do alto do seu 1,80m “Mãe, calma! Não fique assim! Acalme-se lá.”
O Francisco tem sido uma grande ajuda para mim nestes primeiros meses de “emigração”. O exemplo que ele me dá faz-me pensar e reflectir muita coisa. A sua atitude quando soube desta nossa mudança de vida deixou-me estupefacta, e a admiração que sinto pela maneira de ele ser cresceu ainda mais. O seu olhar calmo, directo, tranquilo faz-me seguir em frente, com força. Ele ajuda-me, fala comigo, dá-me uns abraços fantásticos, dá-me um beijo quando sabe que eu mais preciso. Também me melga bastante e “passo-me” com ele por ser tão desarrumado, tão trapalhão. É teimoso que se farta. E não me faz companhia quando eu quero ir para as compras ou para a praia!
O tempo passa e sinto que o meu menino está a crescer rápido de mais. E não é só crescer fisicamente (está enorme ….). É tudo o resto. Já tem asas, já voa sozinho. Mas eu preciso tanto que ele voe ao meu lado, que, de vez em quando, me olhe e me dê a mão. Espero que ele continue pela vida fora a ser o “miúdo impecável” que tem sido até agora. Que a vida não lhe pregue partidas. Que não se magoe ao ponto de o fazer mudar e perder a sua integridade. E que continue sempre a dar-me aqueles abraços que são únicos e com os quais não sei viver!   

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Em falta

Estou em falta com este meu diário e, claro, com os meus seguidores. Já faz muito tempo que não actualizo esta crónica. As razões são várias mas sinceramente tudo se resume a "falta de inspiração". Nem sempre é fácil arranjar temas de conversa, e muito menos temas para "redacções". É por isso que estive um período sem actualizar o bloguidani. Mas já recebi reclamações e por isso hoje resolvi-me a dedicar uns minutos a esta agradavel tarefa.

Os miúdos estão de férias desde Dezembro (!!!) e regressam ao colégio no início de Fevereiro. O principio de Janeiro foi cansativo - chovia a potes, eles sem nada para fazer e sem lugar para ir, ..., gritos, espancamentos, castigos e berraria foram estados constantes no nosso dia-a-dia. Tanto que nos decidimos a sair daqui para fora durante uns dias, para ver se arejavamos a cabeça. Acho que a razão principal foi mesmo para EU arejar a cabeça e não entrar em loucura total. Mas foi uma óptima decisão. Colamo-nos aos amigos Solla, que iam para Trancoso (Bahia,) e fomos lá passar a semana passada. Adoramos. Praias lindas com águas mornas. Um vila que é um encanto e que ainda não está estragada pelo turismo de massas. Boa comida e boa companhia. Foram 5 dias que pareceram 20. Tivemos a sorte de apanhar as festas da terra e até tivemos show de forró.
Aqui ficam algumas fotos.

1. A praia de Trancoso


 2. O Quadrado


3. Quatro miúdos a dormir, enquanto ouviamos e dançavamos Forró e bebiamos caipirinhas


4. Detalhe da nossa Pousada


5. Os miúdos e as Tatuagens


6. Um Rio cheio de corrente e onde se era puxado, com imensa força, até ao mar



Neste dias também a nossa casa ficou muito diferente. Trouxe coisas de Lisboa e finalmente já tenho um pouco mais de "nós" aqui nos trópicos. O nosso tapete de Marrocos parece que foi feito para esta sala. E já tenho fotografias! Com molduras! Até cortinados trouxe de Lisboa e ainda bem que o fiz pois ficaram muito bem (Bendito sejas IKEA!)
Para além disso decidimos "investir" em arte. As paredes estavam totalmente nuas pelo que comprámos quadros na feira de Ipanema. Agora já temos uma casa a sério :). Ora vejam lá:

1. O nosso quarto


2. Sala / Mesa de Jantar


 
3. Sala / Zona de Estar


 4. Sala / Zona da Televisão



5. Varanda






Pronto! Acho que está tudo em dia.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Mais um ano

Adeus Ano Velho, olá Ano Novo! Um dos meus desejos de sempre cumpriu-se: passei o ano em Copacabana e assisti ao mais fantástico dos fogos de artifício do mundo. Lindo de morrer, mesmo que estivesse a chover copiosamente. Dizem por estas bandas que quando o "ano vira" e está a chover é porque vai ser um ano abençoado. Com a quantidade de água que caíu (e continua a cair) vai ser um ano muuuuito abençoado.
Durante a noite de passagem de ano estava a chover mas calor por isso nem demos conta. Tivemos uma vista privilegiada sobre um mar de mais de 2 milhões de pessoas, em frente ao mar e aos fogos de artifício. Foi lindo. Amei! Nunca tinha visto tanta gente junta. E não arredavam pé. Ficaram até às tantas da manhã na rua, a dançar e a cantar, vestidos de branco e com o copo na mão. Quando no início da noite vi que estava a chover achei que não iria aparecer ninguém em Copacabana. Mas de facto este povo é diferente dos portugueses. A sua alegria e gosto por folia é enorme e não vai ser uma chuva chata que lhes vai "cortar o barato".
Estávamos todos bem dispostos, fartamo-nos de dançar e a companhia foi óptima. O Mi e o João adoraram ver uma sambista a abanar o bum-bum mesmo em frente deles e até tiraram fotografias com ela. Descobri que afinal tenho um filho bailarino - o Mi fartou-se de dançar, com esquemas e tudo! Show de bola!

A chuva e o novo ano levaram a minha melancolia e já me sinto totalmente em forma. A vida por cá está a voltar à rotina. Os miúdos ainda vão estar de férias mais 1 mês (!) mas ... I will survive!
Vai ser um ano diferente, num país diferente, numa cultura diferente, com amigos diferentes. Mas estou cá com um palpite que vai ser um ano muito bom. Vou fazer por isso.

A todos os que gosto e estão em Portugal - ânimo! E talvez um pouco de espírito carioca ajude: o curto prazo é hoje à tarde, o médio prazo é amanhã e o longo prazo é no fim de semana. Então porque desperdiçar energias em pensamentos negativos. Vamos lá galera, toca a animar que o fim de semana está quase aí!