quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Nostalgia"

  Nostalgia - (francês nostalgie)   
   1.      Tristeza causada por saudades do afastamento da pátria ou da terra natal.
2.      Estado melancólico causado pela falta de algo.
 
Chegamos ontem ao final da tarde ao Rio. Tempo abafado, mas não muito quente, céu cinzento escuro e chuvinha chata que vai caindo de tempos a tempos. A viagem correu bem, num avião todo XPTO, com televisão individual para cada um. Vi a série completa dos Kennedy (mais de 5 horas!), joguei Solitaire e li. Os miúdos portaram-se lindamente e as 10 horas de voo lá passaram sem grande demora.
Chegamos a casa os 5 mais 9 malas, 5 mochilas, 1 pasta de computador e um cão de peluche. Deu-me a febre da arrumação enquanto o Pedro foi a um jantar e os miúdos se colaram à PS3. Arrumei tudo. E era muito. Já temos o tapete de Marrocos na sala e fotografias de pedaços da nossa vida na sala e no nosso quarto. É bom ter esses bocadinhos da nossa Casa nesta nova vida. Quando cheguei à minha Casa (que será sempre a de Lisboa e por isso daqui em diante merece ser tratada por Casa, com C maiúsculo) andei a rever cada canto, cada divisão. Não fiz o mesmo aqui, pois a história desta ainda é curta e as nossas marcas ténues. Acho que com este carrego de coisas que trouxe de Lisboa vai ficar mais nossa. Vai ser "revista" com outros olhos quando regressarmos a ela depois de uns dias fora.
 
Mas o título desta crónica prende-se não com ontem mas sim com o meu "mood" de hoje. Sinto-me nostalgica, melancólica. Não são propriamente saudades, pois só saí de Lisboa ontem. Mas dou-me conta que, hoje, me faz falta Lisboa. É talvez o embate de ter estado com todos aqueles de quem gosto, que amo, num tão curto espaço de tempo. E de saber que só os vou ver dentro de uns meses. Ainda bem que vou ter familia cá em Janeiro, Março, Abril. Para revê-los e matar saudades.
Mas como a melancolia é um estado perigoso decidi reagir e não parei em casa. Saí logo de manhã cedo para ir às compras ao supermercado (eu quero o Continente !!!) e para comprar varões de cortinados. Já estão postos nos devidos lugares e ficou muito giro. Andei a entrar e a sair de casa todo o dia e por isso estive entretida. Amanhã novo dia será e de certeza que esta melancolia passará. É preciso entrarmos nas nossas rotinas, no nosso ritmo de vida daqui. Aí tudo se torna mais fácil e a nostalgia passa.
 
Numa das muitas saídas de hoje para fazer "recados" fui a Ipanema. As ruas estão CHEIAS de gente. As lojas estão cheias. As montras vestidas de branco. É giro andar do meio desta confusão de gente, todos com cara alegre e havaianas nos pés. Ainda desafiei os meus 3 "trengos" para virem comigo comprar cabides, mas não tive sorte nenhuma. Faz-me falta uma filha para estes programinhas ...  mas se calhar também me mandava passear. Ou queria que eu gastasse um dinheirão em vestidos, chinelos e brincos. Pensando bem, estou muito bem com os meus 3 "trenguinhos".
 
Já amanhã vou começar a fazer os preparativos para o Reveillon. É tempo de passar a ferro a roupa branca e "fazer a mão e o pé". E prepararmo-nos para assistir a uma das melhores festas de passagem de ano do mundo. Com alegria e saúde e felizes por estarmos bem e por todos aqueles de quem gostamos também estarem bem.
 
Escrever estas linhas fizeram-me bem. Desabafei esta melancolia e já me sinto muito mais bem disposta. Mais alegre. Mais leve. Mais carioca!
 
Fui!
 
 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lar Doce Lar

Depois da estadia dos amigos Castedo arrumei as malas e, como bons emigrantes, viemos passar o Natal à terrinha. Cheguei a Lisboa na sexta feira mas só agora tenho uns minutos de sossego para escrever umas, curtas, linhas. A viagem correu bem e como sempre não dormi. Cheguei 6ª feira de manhã com os miúdos e o Pedro só chega para a semana. Nessa mesma sexta feira fui passar 4 horas à Loja do Cidadão para renovar o meu passaporte e o do Kiko e do João. Não foi agradavel a espera mas estava tranquila por saber que não iam pedir à ultima da hora papeis que não estavam previstos. Aqui as coisas demoram, ainda, algum tempo mas acabam por acontecer.

Foi estranho chegar e deparar-me com 10 graus, chuva e nevoeiro. Ver a família e amigos já não foi tão estranho. Sinceramente não é falta de sensibilidade mas com as novas tecnologias, e em especial o skype, parece que estamos sempre a par do que cá se passa. Não há aquela sensação de "está mais magro ou mais velho". A minha sobrinha Maria disse-me o mesmo: "Olá Tia, vi-a a semana passada". O mesmo se passa em relação às novidades do país - para quem lê, como eu, diariamente os jornais de Portugal na internet não há noticias novas. Mas o que de facto já não via há muito tempo e que tive saudades quando revi foi da minha Casa. Das minhas coisas. Das minhas molduras com fotografias. Dos meus móveis, cortinados, livros e biblots. Andei a "zanzar" sozinha pela casa, a tentar "beber" toda essa informação visual, na ansia de abarcar tudo e registar tudo na minha memória. Se calhar devia tirar fotografias e levar, para mais tarde recordar. No final desta viagem pela Casa encontrei-me com o Francisco na varanda. Pelos vistos ele tinha feito passeio semelhante ao meu. E disse-me "Mãe, só agora me dei conta das saudades que tinha de casa, das nossas coisas". Um sábio este meu menino de ouro.

Reparo agora que senti saudades de coisas tão simples quanto:
- da minha cama e da minha almofada;
- de dormir sem ouvir barulho de carros na rua;
- de beber água da torneira;
- de usar gel de banho em frascos de 1 litro;
- de ter um carro para usar só eu, quando quero e bem me apetece;
- da minha caneca para o leite com nesquik;
- dos meus aneis, pulseiras e fios de ouro (vou andar estes dias carregadinha de aneis e fios!!!! vão achar de certeza que pareço uma ourivesaria ambulante)
- de telefonar às minhas amigas e dizer que vou lá jantar a casa ou que passo lá em casa antes de jantar para lhes dar um beijinho;
- da missa do Cupav, cheia de alma e de caras conhecidas, que me acompanham nos finais dos Domingos há muitos anos.

E se calhar de mais algumas coisas que de momento não me lembro.

Mas por outro lado também já há coisas do Rio de Janeiro que me fazem falta - sinto falta da alegria e boa disposição daquela gente, de não se falar em crise, troika ou desemprego, de sair de casa e estar automaticamente no meio da confusão da rua das lojas, de ir dar um mergulho à praia ou dois dedos de conversa no café.

A vida é assim mesmo e os Homens uns eternos insatisfeitos. Parece que nunca estamos a 100%, que falta sempre qualquer coisinha.  Mas tenho que agradecer a Deus todos os dias o facto de estarmos felizes, com óptimas casas e vidas, com saúde e com muitos, muitos, amigos dos dois lados do Oceano. Somos uns sortudos e por vezes parece que nos esquecemos disso.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sem tempo para blogar

Nestes ultimos tempos não tenho feito posts mas a razão é muito válida: tivemos visitas em casa. Os amigos Castedo estão cá desde 5ª feira e amanhã partem para Buenos Aires. Aproveitei para (re)visitar o Rio e fomos a Búzios passar o fim de semana.
Mas o tempo esteve péssimo!
Amanhã toca a fazer as últimas compras de Natal pois no dia seguinte seguimos nós para Lisboa. Só espero que os senhores pilotos da TAP não continuem com a ideia de fazer greve pois não me apetece nada ficar estacionada, com 3 miudos, no Galeão.

Aqui fica uma fotografia de Búzios: eu e os meus Homens!