domingo, 30 de outubro de 2011

Parabéns a mim!

Pois é, mais um ano passou e ontem foi o meu aniversário. O primeiro festejado fora de Portugal. E correu tudo bem.
Na sexta feira fomos convidados para jantar em casa de um casal amigo, a Patrícia e Zé Solla. Quando estavamos a sair, já um bocadinho atrasados (porque será?!) ... aconteceu-me algo que nunca me tinha acontecido. Dei-me conta que estava a levar os miúdos e que não tinha perguntado se era suposto eles irem. Liguei e claro que não era suposto. Mas naquele momento não havia mesmo outra hipótese, porque para além do Mi e do João estarem todos satisfeitos porque iam brincar com o António e o Frederico eu não tinha nada descongelado para lhes dar de jantar. E assim lá fomos, eu bastante envergonhada com a situação e eles todos numa boa. Sinceramente foi a primeira vez que isto me aconteceu. Mas acabou por não haver problema e acho que o meu deslize foi perdoado pelos donos da casa! Senti que ainda bem com os Solla, porque conhece-os à pouco tempo, mas são muito descontraídos e nada lhes parece fazer confusão - 4 filhos e 1 cadela só podem ser a razão desta descontracção!
Foi um jantar e um serão super agrádavel("muito gostoso", na gíria local) e conhecemos dois casais que também cá vivem. Começo a descobrir que há muitos portugueses no Rio de Janeiro e qualquer dia a nossa agenda social está completamente preenchida. Foi giro estar com pessoas que têm vivências tão diferentes da nossa mas ao mesmo tempo principios, valores e passado tão parecido. Um dos casais viveu imenso tempo em Angola e agora estão cá. Para esses os "dramas" dos supermercados não fazem sentido porque em Luanda nem supermercado havia. O outro casal ela é portuguesa e casou com um brasileiro, por isso vive cá há mais de 20 anos.
Apaguei as velas à meia noite juntamente com o Frederico Solla que fez 8 anos (no mesmo dia do que eu!). Já não me lembro do que fiz no dia do meu 8º aniversário, mas devo ter tido direito a meninos a brincar lá em casa, mousse de chocolate, sumos dawa e a brincar "escada a baixo, escada a cima" nas traseiras lá de casa. E a 1.000 escudos da Avó Rita - esse era o presente habitual e por isso nunca me vou esquecer do valor.
Ficámos lá em casa até às 3h00, na varanda, a conversar, a beber vinho branco e a aproveitar o luxo de estar uma noite de Verão Algarvio.
No sábado, verdadeiramente o meu dia de anos, durante o dia não fiz nada de especial. Fomos almoçar a Ipanema a um buffet de japonês.
Falei por skype com família e amigos, o que é sempre bom. Está frio aí em Lisboa! Pelo menos as roupas assim o faziam parecer.
No sábado à noite contratámos uma senhora para cá dormir e tomar conta dos pequenos (o Kiko tinha programa, para variar) e fomos jantar com 3 casais de amigos portugueses. Amei! (ver o porque deste verbo em crónica anterio!). Primeiro porque foram elas que organizaram e eu não tive trabalho nenhum; segundo porque é bom sentir que estas amizades recentes começam a ser fortes e que crescem a cada dia que passa; terceiro porque o restaurante era muito simpático, a comida óptima e a poucos minutos a pé de casa.
Mas o melhor mesmo de tudo é sentir que há alguém que gosta de nós e que se importa connosco nestas datas importantes. E esse sentimento é especialmente importante quando estamos longe da família e de amigos de toda uma vida. Porque esses nós sabemos perfeitamente que gostam de nós, que se lembram de nós, que se preocupam com aquilo que nós possamos desejar ou gostar. Mas ter tido a Sofia, as Patrícias e a Sónia (e maridos, claro), preocupadas comigo e como eu ia estar nesse dia, deixou-me emocionada e feliz. Talvez esteja a ficar cada vez mais sentimentalona (deve ser da idade), mas estes pequenos gestos ganham cada vez mais importância para mim. O que levamos desta vida são o carinho daqueles que nos rodeiam e a felicidade de dar e receber alegrias. Lembraram-se de mim, que só cheguei à meia duzia de dias. E fiquei tão contente com isso!
Deram-me o melhor presente que eu poderia querer - um bikini da Lenny! Quem me conhece sabe que tenho uma "panca" por bikinis, pelo que adorei. Pena que hoje o tempo não estivesse nada de especial, porque senão já tinha ido à praia estreá-lo.

Ontem lembrei-me imenso da nossa festa de 40 anos, na Pousada de Palmela. E pensei que ainda bem que a fizemos. Nunca devemos "deixar para amanhã o que podemos fazer hoje", e ainda bem que fizemos a festa, que ficará para sempre na minha cabeça como uma festa em que juntei familia e todos os meus amigos, em que os meus filhos estiveram todos presentes (tinhamos feito algo semelhante anteriormente mas eles não estavam ... refiro-me à minha festa de casamento!), em que dançamos até às tantas, em que me diverti à grande. Em que o Pedro estava sempre lá, ao meu lado, a gostar tanto como eu e a divertir-se tanto como eu. Agora imaginem se não tivesse feito a festa! Nunca ia ter essas boas memórias para recordar!

Hoje à noite vou receber os meus presentes enviados de Lisboa. Ou seja, 3 dias a festejar os meus anos. Fantástico, não?


Em cima fica a fotografia do jantar de ontem. Da direita para a esquerda: Tó, Sónia, Cláudio, eu, Pedro, Patrícia, Bruno e Sofia. Faltaram os Sollas que tinham o aniversário do Frederico.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Amo Você!

Ontem fui a uma reunião de Pais da sala do Mi. Quando lá cheguei achei que ia ser igualizinha a uma reunião de Pais de Lisboa - 95% das presenças eram de Mães e não de Pais. Continuo sinceramente sem perceber porque é que se chamam reunião de Pais, se são as Mães, deste e do outro lado do oceano, que vão a estas reuniões. Mas depois de começar a reunião percebi que há diferenças grandes. E essas diferenças são o ADN de cada país, de cada povo, de cada cultura. Em Lisboa as reuniões demoravam no máximo 50 minutos e cheguei a ter uma durante um jogo do Mundial com Portugal a jogar. Eram acertivas, falava-se do que os meninos andavam a aprender, dizia-se quais as matérias dos meses seguintes, recebiam-se todas as instruções, e acabavam. E as Mães e a professora ficavam contentes com o resultado da reunião. Aqui não. A professora começou por dizer que amava os nossos filhos. Que eles eram lindos e umas pessoas adoráveis. Depois entregou-nos uma cartinha feita por eles em que os próprios explicavam a experiência que tinham vivido no colégio durante o ano. E todos tivemos que ler alto o que os miúdos escreveram: amo o colégio, amo a minha professora, amo os meus amigos, amo o recreio, amo brincar, amo pintar, amo os Tios (chamam tios aos auxiliares de educação), amo meu uniforme, amo aprender, amei estudar os bichos, amei a aula de arte. Tudo ... AMO. E acho extraordinário, e tenho até uma ponta de inveja, a facilidade e o à vontade em dizer, de uma forma sincera e do fundo do coração, AMO. Tão diferente dos portugueses, que parecem ter medo em expressar e verbalizar os seus sentimentos. Eles desde pequeninos que vivem com a palavra amor e que gostam da utilizar. Em Portugal não é assim. Gostam, e já vai com sorte. Ou gostam muito. Mas amar é mais do que gostar muito. É ter prazer em gostar muito.
Sinceramente achei lindo, até porque muitos das Mães acrescentavam que também amavam a Sílvia (a professora) e que lhe agradeciam do fundo do coração o amor que ela tinha dado aos filhos ao longo do mês. Ou seja, estivemos mais de uma hora a ouvir e a trocar juras de amor. Fui a última a falar e no meu estado de espanto perante aquilo que estava a ouvir fui ... portuguesa e só consegui agradecer a forma acolhedora com que o Mi foi recebido, pela Sílvia e pelos colegas. Senti-me gélida, fria, mas não consegui verbalizar "Amo a Silvia e amo os vossos filhos por eles amarem o meu".
A caminho de casa lembrei-me que se calhar a minha reacção se deve à Sra. D. Margarida (a minha famosa professora da 4ª classe, coxa, salazarista até à ponta dos cabelos e que me ensinou muito de português, matemática e história mas que era uma perfeita nulidade em termos afectivos). A Sra. D. Margarida tinha uma frase histórica, que gritava da ponta da sala enquanto batia com a bengala no chão: de cada vez que um de nós deixava escapar algo com "Eu adorava ir ...." ela imediatamente, com a sua voz de trovão dizia "Adorar só a Deus. A menina tenha tento na língua". Quando a frase começava por "Quero ir à casa de banho" a resposta vinha "Querer só a Deus, a menina quando muito pode dizer Queria ir à casa de banho". Agora imaginem qual seria a reacção se ela ouvisse dizer "Amo você"! Teria uma apoplexia certamente. Mas de facto acho que só verbalizamos a palavra AMO com pessoas que nos estão extremamente próximas - com namorado/marido ou com filhos. Acho que nunca disse a mais ninguém que os amava. Que adoro sim - os meus Pais, os meus Avós, os meus sobrinhos, aos meus amigos. Agora, amo? Que estupidez, não é? Mas se é o que sinto, porque não dizê-lo? Pois então: Mãe, AMO-A. Pai, AMO-O. Tó, AMO-TE. Mia, Né e Guigas, AMO-VOS. A todos os que têm pachorra para ir lendo este blogue, AMO-VOS!
"Pôxa", tou bem mais feliz!
Claro que se a reunião tivesse demorado menos tempo também teria amado!

Hoje fui andar de manhã, entre as 7h00 e as 9h00. Custou-me! Fiz gazeta uns dias e claro, fiquei cansada. Mas custa-me sair da cama. E há certas coisas que não mudam com a idade e o desporto sempre foi uma ... dificuldade. Mas depois sabe-me bem. Tenho que me obrigar a ir mais vezes. Mas acho que nunca vou dizer "Amo caminhar", quando muito "Gosto de caminhar".
 Quando cheguei a casa ligaram do colégio porque o João voltou a ter dores de barriga. Fui buscá-lo e já falei para o pediatra. Vamos lá ver se ainda lá consigo ir hoje. Continuo a achar que é stress (eu na época de exames tinha dores horríveis nos joelhos e até se chegou a pensar que era reumatismo! Qual quê, era nervoso!). Mas pode não ser e convém estarmos 100% certos que não é nada de especial. Serão lombrigas?

E pronto. Acabo por aqui a minha crónica de hoje. E pensem no que escrevi acima: a quantas pessoas vocês nunca disseram que as amam e que já deviam ter dito?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mais compostinha

A nossa casa ficou hoje um bocadinho mais composta. Chegaram as cadeiras da varanda, as nossas mesas de cabeceira e o sofá para a frente da TV da sala. Aos poucos e poucos está a parecer uma casa a sério. Agora tenho mesmo que ir comprar os candeeiros para o nosso quarto, para colocar em cima das ditas cujas mesas de cabeceira.
E tenho que reforçar a minha lista de coisas a trazer da casa de Lisboa. Eu e as "listas" - enquanto trabalhava tinha listas de "To Do's" exaustivas. Agora tenho listas de supermercado, de coisas a trazer de Lisboa, de recados para fazer. Como diz o outro,"Cada um tem o que merece!".
Mas tenho mesmo que trazer o tapete de Marrocos, e fotografias !!! Quanto a quadros, e como não são fáceis de transportar, descobrimos na feira dos hippies de Ipanema um pintor que faz uns quadros giros, "a metro" - dizemos de qual gostamos e ele pinta na dimensão que precisamos :) Se estiver mau tempo no Domingo e não fôr à praia temos que lá ir. Porque entre uma tarde na praia e quadros nas paredes a escolha é obvia - praia!

Comecei a fazer umas recolhas bibliográficas sobre locais de interesse a visitar aqui perto do Rio. Quero ter um guião pronto a ler sempre que formos fazer uma destas visitas culturais. Vou ter que arranjar outro nome que não "visitas culturais" porque senão os meus queridos filhos dizem logo que não querem ir. Só me lembro do meu desalento e do Pedro a mostrar Veneza aos miúdos e o Mi a dizer "Tou farto disto! A cultura é uma chatice! Quero ir para o hotel jogar playstation"! Pérolas a Porcos, foi o que senti na altura. E que se calhar vou sentir novamente. Mas, mesmo contrariados, acho que eles vão ter que ir. E mais, ainda me vão agradecer (não sei é quando!).

Comecei hoje por Petrópolis, cidade imperial, que fica a 1 hora de distância do RJ. Mas temo que estes guiões só vão fazer sentido para mim - entusiasmei-me de tal forma pela história da cidade, que só a parte histórica já vai em 13 páginas A4. E ainda falta muita coisa. Acho que ninguém vai querer ler, mas ... que se lixem! Eu gosto, e pronto.

Peço a todos aqueles que já têm reserva feita na Pousada Reimão que me indiquem algum local que tenham especial gosto em visitar, para eu com tempo (porque a minha vida é muito preenchida! Podem não acreditar, mas é) preparar o tal guião.

Fui!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O verdadeiro (?) Brasil

No sábado o tempo esteve tristonho e só fomos à tarde ao Jardim Botânico. Recomendo a todos os nossos futuros visitantes este passeio. O Jardim é lindo, muito bem tratado e fiquei com imensa vontade de lá voltar e fazer a visita guiada. É enorme, muito verde, com muitas cascatas de água e o engraçado é que fica mesmo no meio da cidade.

E pela primeira vez desde que cheguei ao Rio, guiei. Regressei do Jardim Botâncio para casa. E à noite tive uma das experiências mais .... caricata, exótica, estranha, nem encontro palavras para a descrever.
Antes de a descrever convém referir que cá os carros saiem dos stands sem matricula. Compra-se o carro e tem-se 15 dias para tratar da dita cuja (que cá se chama placa). Disseram-nos (no stand e os restantes portugueses) que mesmo sem placa poderíamos andar sem problemas com o carro. Ora no sábado à noite, para o Kiko não ter que andar mais de táxi, eu quis ir levá-lo a casa de um amigo. Iamos os dois contentes e felizes na Lagoa Rodrigo de Freitas quando vejo uma carro da polícia atras de mim, com as sirenes ligadas e a fazer sinais de luzes. A custo lá percebi que era para mim. Parei e lá expliquei que o carro era novo e que me tinha esquecido da carta de condução em casa. Eles avisaram-me logo que eu não podia andar com sem placa, que isso era uma infraccção gravissima. Foram simpáticos e até vieram atras de mim até casa para eu vir buscar a carta de condução. O Kiko seguiu viagem de taxi. Chegada à porta de casa começaram com umas histórias terríveis que implicavam imensas chatices. Uma novela! O Pedro entretanto estava lá em baixo com a minha carta de condução, que não serviu de muita coisa porque não estava traduzida .... Enfim, uma confusão. O rol de multas que eu ia apanhar é maior que uma lista de supermercado. Ao fim de alguns minutos eles lá nos disseram que tinham falado com o major e que podiamos resolver tudo ali desde que lhes pagassemos. E pagámos (em notas, claro)! E ficou tudo como se nada tivesse acontecido. Fiquei DOENTE com o que pagámos, mas de facto a coisa ficou resolvida. E o mais caricato disto tudo é que ainda perguntaram ao Pedro qual era a opinião dele sobre a polícia brasileira :) Não obtiveram resposta, para não piorar a situação, mas de facto nunca tinhamos "resolvido" nada assim, tão à descarada e de uma forma tão ... simples. Guardamos todos os detalhes para contar ao vivo e acores, que tem muito mais graça.

Domingo esteve um dia fantástico, com praia à tarde (a água estava fresquinha), boa companhia e almoço às horas cariocas (às 5 da tarde, num boteco no meio da rua). Foi muito bom e chegamos todos a casa esgotados. Os miudos comeram, numa lanchonete, hamburguers e nós fomos ao um chamado Bracarense. Tivemos direito a pataniscas de bacalhau, sopa de feijão encarnado e jogo do Vasco da Gama na TV. Vida boa ...

Nova semana começa hoje, e as nossas rotinas também. Está tudo bem, que é o que mais interessa

sábado, 22 de outubro de 2011

Um óptimo almoço

Ontem fui almoçar sozinha com o Kiko. Foi muito bom! Já tinha saudades de estar só com o meu menino grande. E realmente aprecio a sua serenidade. Ele consegue ser tão tranquilo que me dá uma calma imensa. Falámos de montes de coisas, almoçamos calmamente e depois fomos comprar uns sapatos (46!). Estava bem disposto, conversador e foi a melhor companhia que eu podeia ter tido. Acho graça porque com o Francisco consigo ter um entendimento quase perfeito. Parece que sei o que ele pensa e ele faz o mesmo comigo. E basta olhar para mim, com aqueles olhos verdes lindos e por-me o braço por cima do ombro para eu ganhar o meu dia. Sei que deve ter saudades de Lisboa e dos amigos, mas tenta adaptar-se e viver bem cada dia que passa.
Quando eu fôr grande gostava de ser como ele!

Hoje voltou a estar mau tempo, por isso nada de praia :( . O que é que vamos fazer a duas pestes toda a tarde ????

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ufa!

O João estava porco, cansado e feliz! E a brincar muito bem com os colegas. Ufa!
Bom fim de semana!

Dar uso às chuteiras

Hoje vai ser o primeiro dia que o pardalito João vai dar uso às chuteiras novas. Mas não é isso que me deixa em ansias mas sim o facto de ser a primeira vez que vai a uma festa de aniversário de um colega da escola. O miúdo chama-se Pedro e é dos colegas que ele mais fala. Já conheci a Mãe dele que é muito simpática. Vai buscá-los a todos ao colégio e depois leva-os para um clube no Leme para os "soltar" e eles jogarem futebol. Ontem à noite, quando lhe estava a fazer a mochila, disse-me logo que tinha que levar a camisola oficial do Benfica. As minhas ansias, totalmente desnecessárias certamente, prendem-se com o facto de ser a primeira vez que o João sai "do ninho" do colégio e de casa para ir a uma festa de aniversário. Mas é um disparate da minha parte. Mais, acho que só estou assim por ser o João - com o Kiko ou com o Mi nem sequer perderia 1 minuto a pensar nisso. Mas o meu pardalito João demora mais tempo a fazer novos contactos, a arriscar-se a fazer novos voos e pela primeira vez desde que chegamos ao Rio eu não vou estar lá para amparar. Os outros dois jogam-se ao ar sem temores, certos que sabem voar e se que tremerem não há crise, porque tremem, tentam outravez e dessa vez não caiem. O João é um perfeccionista, que só dá um passo depois de estudar o terreno com muita atenção. Tem horror ao falhanço, em não ser perfeito. Será incapaz de se revoltar se não jogar ou se ficar no banco. Será incapaz de dizer que quer jogar se vir que os outros jogam melhor do que ele. Tudo porque quer ser perfeito e porque não admite falhar. Mas como ele ia cheio de vontade, o miudo é muito simpático com ele e a Mãe do miúdo vai lá estar, só tenho mesmo é que aguardar descansada e estar lá às 17h30 em ponto para o ir buscar.

O tempo hoje melhorou e está sol. Há um ventinho o que até é bom. Mas espero que o vento páre e amanhã consiga ir para a praia. O Kiko tem teste logo às 7h00 da matina (!) e ontem, se um sopro só e enquanto eu servia o arroz ao jantar, já me explicou como vai ser o sábado dele: "Mãe, amanhã tenho um dia óptimo: vou fazer o teste, volto a casa a meio da manhã para vir vestir o fato de banho, saio logo de seguida para ir para a praia, não almoço com vocês mas com os meus amigos, ok Mãe?, venho ao fim da tarde, tomo um duche, o pai do XPTO vem-me buscar para ir para uma festa na Barra e depois a seguir a essa festa venho para a tal outra festa no Jockey Club da Gávea. Ok Mãe?". Tentem ler esta frase bem depressinha, porque foi assim, bem rápido, que ele a proferiu. Fiquei a olhar para ele, com a colher do arroz pendurada no ar ... pedi para repetir a última parte, a das festas. "Oh Mãe, não se vai pôr a perguntar quem são as pessoas donas da festa! Nem quem são os Pais e as Mães deles!A Mãe não conhece ninguém! Mas fique descansada que vou com os meus amigos e arranjo boleias com os Pais deles". Servi a colher de arroz. E disse que sim. Não tinha grande hipótese, certo? Ele tem a cabeça no lugar, nunca me deu razões para ficar atormentada, é super responsável, teve boas notas e está integrado (que era o que eu queria), é grande e sabe-se defender. Tenho que o deixar ir, não há qualquer razão para não o fazer. É deixá-lo voar e esperar que seja um voo calmo.  No meios destas festas a única coisa boa é que os horários são diferentes de Portugal - tudo começa mais cedo e tudo acaba mais cedo. O meu "menino-homem" deve chegar a casa lá pelas 2h da manhã, o mais tardar.

O Mi também acho que tem uma festa de aniversário este fim-de-semana, mas sinceramente ainda não tive forças mentais para ir investigar. Se não nos der jeito acho que vou "perder" o convite .... Se ele sabe mata-me (quer ir a todas, seja de meninos ou menina). "Mãe as festa cá são brutais, têm imensas brincadeiras, muitos doces e acabam à noite". E respondo eu, "Mas tu sabes de quem é a festa? Os teus amigos vão?", "Não sei Mãe, mas são brutais, têm imensas brincadeiras, muitos doces, acabam à noite e eu quero ir!". Enfim ....

Anteontem recebi umas papeladas de Lisboa que o meu Pai foi tratar por mim. A acompanhar os documentos veio um DVD com o meu casamento! Amei! Sempre digo que foi o dia mais feliz da minha vida e vendo as imagens percebo o porquê. Estava toda a gente super bem disposta, tudo a dançar. Havia muitos amigos nossos, que são do género de fazer a festa, atirar os foguetes e apanhar as canas! E os mais velhos que lá estavam também alinharam na maluqueira. A missa foi linda, o coro um primor (o que não foi fácil, tendo em conta os ensaios prévios lá em casa, que não correram assim tão bem). E vi a minha avó Palmira linda, alegre, a imagem perfeita de como me recordo dela. E muitas outras pessoas que já estão com os anjinhos no Céu. Todos bem dispostos.

Bom, vou acordar o Mi que é um dorminhoco terrível e não tarda nada tem que almoçar para ir para o colégio. Depois conto como correu a aventura do João.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Com vontade de escrever mas sem conteúdo para relatar ...

Hoje estou com vontade de escrever mas não tenho conteúdo para relatar. Coisa estranha esta, que nunca me tinha acontecido. Será que estou a ficar dependente disto? Será que preciso mesmo de inventar uma história e dedicar-me à escrita? Acho sinceramente tardia esta minha veia de escritora e só pode ser explicada pelo excesso de tempo livre para mim, que nunca tive. Sempre vivi intensamente o trabalho e o estudo. Sempre me dediquei de alma e coração a fazer alguma coisa. E neste momento dedico-me de alma e coração a ser mãe e mulher. Mas não é que me sobra tempo ??? Descobri um site de uma livraria portuguesa com e-books (veja o site da Leya). Não gosto de ler em inglês e tem sido dificil encontrar e-books em português. Nada da FNAC, na Bertrand, na Bulhosa. Até que me apareceu a Leya, com uma ferramenta óptima para o IPad e tenho-me deliciado a comprar livros e a ler. Há livrarias boas aqui no Rio, mas (mais uma vez!) os livros são caríssimos. Por isso tenho comprado, dia sim dia não, um livro na Leya. Ou seja, tenho-me deliciado a fazer uma das coisas que mais gosto na vida: ler. Mas daí a apetecer-me escrever vai um longo percurso.

O dia hoje foi tranquilo. não fui andar porque estava muito frio e deixei-me dormir. Fui com uma amiga às finanças cá do sítio - uma experiência enriquecedora. Estivemos lá quase 2 horas e não adiantou nada.  No outro dia uma outra conterranea dizia-nos "Quando forem a uma repartição de finanças ou algo público vão com tempo e levem sempre uma amiga. Vai demorar horrores e nunca vão consegir tratar de nada sem voltarem 2 ou 3 vezes". E por isso lá fomos as duas, e saimos fartas de dar à lingua, mas sem nada tratado. Resultado: amanhã vamos lá outra vez. Mas se pensarmos bem em Portugal e até aparecer as Lojas do Cidadão, era exactamente a mesma coisa.
 No caminho para casa, em pleno coração de Ipanema, dou de caras com um amigo de Lisboa (O Lino Torgal). Esteve cá um dia e andava a ver se comprava alguns "recuerdos" - foi óptimo vê-lo e tomar um cafezinho. Depois regressei a casa e ando "à luta" com o consulado para conseguir um maldito de um agendamento para o visto de residente.
Mas apeteceu-me escrever. Se calhar podia ter rabiscado algumas coisas no word e depois apagar. Mas como sei que tenho seguidores atentos, decidi compartilhar esta ausência de conteúdo convosco :)

Estive a ler os comentários da Adélia e do El - meu Deus, não sabia que tinha assim tantos seguidores!

Cá por casa todos sabem que a Mãe tem um blogue, mas ninguém lhe dá atenção. O Pedro diz que já leu "umas coisas" ... Só o meu João é que leu a crónica do dia dos anos dele. Chamei-o e disse-lhe que era a minha prenda de aniversário para ele. Antes expliquei-lhe que não interessa o valor das prendas que se dá, mas sim a intenção com que se dá. Que se um presente fôr escolhido com amor o prazer de dar é maior do que o prazer de receber (acho que repito esta lenga-lenga "n" vezes ao ano e ainda vivo na esperança que eles um dia a repitam aos filhos!). E ele leu em silêncio, deitado na minha cama e enroscado a mim. E no final, com os olhos brilhantes, deu-me um abraço muito apertado e disse-me que tinha gostado muito. Ganhei o dia. E pode ser que seja impressão minha, ou que seja eu a querer que isso seja verdade, mas acho que desde esse dia o meu menino anda "mais leve", mais sorridente (e eu, por consequência, também). Achei imensa piada porque ele depois perguntou-se "Ó Mãe, de certeza que a Mãe não gostava mesmo de mudar alguma coisa em mim?" Eu disse-lhe que não, que o adorava tal como ele era, mas que já agora se ele tivesse menos ataques de fúria eu agradecia. Ele riu-se e retorquiu que isso ia ser difícil porque saía a mim, que também me "passo" com facilidade! Será mesmo verdade ??? É claro que esta história do post no blogue ter sido um presente é importante, mas sinceramente acho que a camisola oficial do Benfica, com João escrito nas costas, fez ainda mais sucesso.

Já me esquecia - já temos carro! O Pedro trouxe ontem à noite. Acreditam que está estacionado na garagem e ainda não o fui ver? Aqui que ninguém nos ouve, nem lembro de que côr ele disse que era ... Só sei que tem 7 lugares, já a contar com passeios que vamos fazer quando tivermos visitas! Os mais atrasados a marcar as viagens tenham cuidado porque já temos o calendário bem preenchido e não aceitamos overbookings!

Está um dia frio e cinzento no Rio. Mas não chove e o mar está lindo! 

E pronto. Vou terminar. Eu disse que não tinha nada para contar, e como podem ver pela prosa acima não há de facto nada a acrescentar a esta nossa aventura de emigrantes

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A nossa "meia dose"

Faz hoje 10 anos que apareceu na nossa vida uma "meia dose" linda! O João nasceu a meio da manhã, lindo de morrer, mas muito pequenino - 2,200 kg de gente, 46 cm e com bochechas côr de rosa mas sem mais carninha nenhuma. O médico quando anunciou o nascimento aos familiares referiu-se a ele como "meia dose", e este nome ficou para sempre na minha memória. As suas bochechas enganavam e faziam parecer que era um rapagão, de tal forma que me lembro que o médico até o mandou pesar outra vez porque não acreditou no peso que lhe disseram.
Foi um bébé muito desejado e pelo qual estivemos à espera durante muito tempo. Era muito bonzinho, muito calmo, não chorava quase nada (tirando quando ficava furioso e prendia a respiração até ficar roxo!). Gostava de estar deitado na espreguiçadeira na sala, a olhar para tudo e para todos. Acho que ele estava a absorver tudo e que mais tarde utilizou todo esse capital de conhecimento para se tornar no "cromo único" que é hoje. De tanto nos observar acho que nos conhece, por dentro e por fora.
É o meu filho agridoce. Meigo, ternurento, amigo do seu amigo. Que intui quando as outras pessoas que o rodeiam estão em baixo e tristinhas e que sabe logo dar uma "marradinha", qual gato meigo. Que faz uma festa quando mais precisamos, que dá uns abraços do tamanho do mundo. Que conforta qualquer um, sem ter que recorrer a palavras. Só o seu olhar tranquilo e as suas festas bastam para ganharmos o dia. Mas também "agri", porque se "passa" com muito pouco, porque a sua inteligência fantástica aliada a uma língua afiada conseguem atingir-nos de forma quase letal. Acutilante como mais nenhum, com um humor arrasador que nos surpreende sempre, de todos os meus filhos é o único que me sabe "tirar do sério".
Costumo dizer que ele começou a dar trabalho 3 anos antes de nascer. Que depois de tanto trabalho para nascer, veio refinado.
O meu menino está a crescer, e dentro em breve vai ganhar asas. Deus permita que os seus voos sejam sempre bem guiados, que arrisque mas que não caia. Ou que, se cair, se saiba levantar, erguer a cabeça e continuar a caminhar.
Hoje não vamos fazer nada de especial. Porque ele pura e simplesmente não quer. Ontem estiveram 2 novos amigos cá em casa a brincar com ele, num novo jogo que recebeu de presente. Hoje foi à escola e quer ir jantar fora ... ao McDonalds. Comprei um bolo de aniversário, e vamos todos cantar-lhe os parabéns. Quando chegarmos a Lisboa, fazemos nova festa.
Peço a Deus, e a Nossa Senhora que lhe emprestou o nome de Maria, que o protejam. O meu menino é de ouro. E por muito que cresça vai ser sempre o meu Joãozinho, que dormia comigo na cama muito quietinho e quentinho, com bochechas cor de rosa e agarrado a uma almofadinha (que ainda hoje tem e que está sempre com ele).
Parabéns João. E obrigado por seres quem és. Obrigada por existires. Obrigada por seres meu filho. Se me dessem a escolher se queria mudar alguma coisa em ti, não mudava nada! És o maior! Mesmo com os teus ataques de doideira. 

domingo, 16 de outubro de 2011

A disortografia, dislexia, discaligrafia e outros dis...

Acabo de tomar conhecimento que as minhas crónicas estão cheios de erros ortográficos. As minhas desculpas aos mais atentos. Mas sinceramente não tenho culpa. E não são de todo evitáveis. Sempre dei imensos erros - nunca consegui fixar quando se usa o "s", os "ss" e o "ç". O "há" e o "à" são quase um mistério. E os hifens deixam-se doida. Lembro-me de muitos truques que a Sra. D. Margarida e a Lídia (minhas professoras da 4ª e 3ª classe) me ensinaram, mas infelizmente não são os suficientes. Sei que pássaro se escreve com 2 s's porque têm duas asas, idem para pessoas (porque têm duas pernas), mas realmente não basta. Descobri recentemente que isto é causado por uma parte do cérebro não funcionar como devia (não, não sou nem burra nem esúpida, como muitos devem estar agora a pensar) e que as pessoas não têm culpa disso. O Einstein sofria disto, o Bill Gates também. E eu pelos vistos, qual génio, também devo sofrer. Nunca apurei o facto, mas de certeza que deve ser essa a minha patologia. E nesta fase da vida sinceramente não vou gastar dinheiro a descobrir essas coisas.
Devem estar a perguntar-se porque é que não uso corrector ortográfico: simplesmente porque esta ferramenta de escrever o blogue não tem. Nos emails e word não sobrevivo sem o corrector, mas não tenho pachorra para escrever tudo em word e depois passar para aqui.
Ou seja, "sorry" pelos erros. Se vos importunar mesmo muito sugiro que seleccionem o texto todo, façam "copy", vão ao word e façam "paste". Assim vão ler tudo direitinho :)
A minha Mãe já sugeriu ser minha editora. Mas para estas crónicas não vale a pena. Só para quando eu escrever um livro ... Gostava de um dia tentar, mas preciso de ter uma história, uma ideia. Comecei a escrever as minhas memórias (ainda só escrevi uma página ...), porque sinceramente acho que um dia não me vou lembrar de nada e quero que as minhas netas saibam quem eu fui. Pode parecer vaidade ou convencimento, achar que outros vão querer saber quem eu era. Talvez seja. Mas gosto de pensar que alguém vai gostar.

Quantos erros terei hoje dado ????

sábado, 15 de outubro de 2011

Lembranças de Lisboa

Ontem tivemos a visita da Susana e do Miguel, que vieram cá jantar a casa. Foi muito bom estar com amigos de Portugal. Foi óptimo receber as encomendas que os meus Pais e Sogros nos enviaram.
Hoje eu e os miúdos já estamos com as t'shirts novas vestidas, o nesquick já fez parte do pequeno almoço, e as toalhitas também foram muito bem recebidas. Ficámos até perta das 4h00 da manhã a conversar na varanda e a saber "ao vivo e a cores" as novidades do nosso país. Acompanho diariamente os jornais portugueses, mas sinceramente já não faço o download do Expresso desde meados de Setembro.
A minha Mãe enviou-me uma revista do Expresso com um artigo sobre o "Outono" da vida. Gostei imenso de o ler (obrigada Mãe!) mas fez-me pensar. Não são apenas os menos jovens que se podem sentir no Outono da vida. Á distância parece-me que todo o país, e até a Europa, está a cruzar um período de Outono. Quem está deste lado do Atlântico consegue perceber melhor, avaliar mais objectivamente, essa fase que por aí se atravessa. A bela Europa, com a sua cultura e história secular está a atravessar períodos outonais. Está a deixar-se cair. Mas o Outono tem dias de Verão, de sol, de ruas lindas cheias de folhas. Espero sinceramente que Portugal consiga recuperar rapidamente, para que esse Outono não se torne triste, amargurado, chuvoso e desanimado. Sinto-me uma privilegiada por estar a viver num país que está na Primavera - que se descobre a cada dia, que erra imenso mas que com a sua juventude consegue dar uma golpe de rins e alterar o seu rumo. Está na Primavera porque tem muito que aprender. Tem que crescer, tem que apostar na educação, na cultura, no desenvolvimento. Tem que investir em si, para poder ser um país maduro. Para poder chegar ao Verão. Mas todo este ambiente é positivo e deixa essa positividade passar para quem aqui vive. Sinto-me privilegiada por os meus filhos não ouvirem falar em troika, crise, corte de subsidios de natal e férias, despedimentos, aumentos de gás e electricidade. É certo que ouvem falar da necessidade de aumentar a segurança, da importância de melhorar, e muito, as escolas, os serviços, ... Há um custo por estar longe, mas que é compensado por esta "mudança do outono para a primavera".
Mas tal como a minha Mãe tentei pensar qual será a estação do ano da minha vida. E sinto que estou no Verão. Estou a viver plenamente os meus 40, olhando para trás sem saudade ou angústia, porque vivo o sol, a alegria, a estabilidade, a coerência destes anos. Como no Verão, tenho dias de tempestade, de chuvas fortes e chatas. Mas que passam depressa, e que se seguem de dias de sol fantásticos É bom, muito bom.

Hoje pelos vistos está-me a dar para ser filosofa. Talvez seja por estar o tempo cinzento, com uma chuvinha chata. Mas está calor e os miúdos estão entretidos com a playstation. Tudo calmo, todos em casa ao pé de mim. Como eu gosto.

Obrigada El pela mensagem que deixas-te ficar no blogue. Vá-se lá saber porquê, não consigo responder. Mas foi óptimo saber que nos vão seguindo nesta nossa aventura, que a muitos parece ser uma loucura. Também soube que a minha sobrinha emprestada Mariana Sousa (da Inês e do João, não do El e da Leonor) me vai seguindo no blogue - olha que me tenho lembrado de ti miúda: de cada vez que vejo uns bikinis giros! O pior é que logo a seguir lembro-me da cara do teu Pai ................... mas vai-te preparando para me levares às compras quando eu aí chegar!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O jantar vai atrasar ...

... mas não podia deixar de partilhar com todos vós, que "vivem" um bocadinho a minha vida, o grande acontecimento do meu dia, senão mesmo da minha estadia no Rio.

Hoje descobri, em Botafogo, um ... MINI HIPERMERCADO !!!! Não estão contentes? Eu estou feliz. Foram duas mães de colegas do João que mo indicaram. Chama-se PRIZUNIQUE e tem imensas qualidades, que passo a enumerar:
1. É um edíficio próprio para supermercado - isto é, as mercadorias não entram pela mesma porta do que eu. E palpita-se que até cometem a loucura de ter horas de entrega ...;
2. Tem parque de estacionamento subterraneo
3. Tem um pé direito alto e luz natural
4. Tem prateleiras arrumadas
5. Tem corredores laaaaaaargos
6. Tem que se ir buscar o carrinho a um sítio específico e entregá-lo nesse mesmo sítio (não vale abandoná-lo no caixa com a pessoa que está a seguir a nós na fila)
7. As caixas registadoras têm tapete rolante (não é preciso empurrar tudo nós mesmas)
8. Os preços são 2/3 dos famosos Zona Sul (ver descrição destes magnificos mini mercados em crónica anterior)
9. Servem cafezinho gratuito no meio da loja
10. E tem entrega em casa! Bom, "tem" é uma forma de expressão, porque de facto eles não entregam no meu bairro. Mas a coisa resolve-se facilmente: informalmente (palavra que no Rio é sinónimo de "à descarada"), e à saída de cada caixa está uma menina (a que me atendeu chamava-se Dayanne ... deve ser por causa da Princesa Di) que diz que ela mesmo entrega aonde nós quisermos. Não tem nada a ver com a loja, mas toda a gente a conhece (aí a senhora da caixa dá a sua achega e diz que a dita cuja é de" extrema confiança") e que se nós lhe pagarmos 25 Reais, ela leva a casa. Se eu fosse desconfiada ainda poderia achar que era duvidoso, mas como estou cada vez mais carioca, achei que era óbvio que ela era de confiança e que iria levar-me os mantimentos e detergentes de 1 mês a casa. E fui-me embora super descansada, passear para o Shopping da Gavea, que é um sítio fino e bastante bom para senhoras como eu. E tudo chegou certinho a casa. Pelo sim pelo não fiquei com o número da Dayanne ... mas nem sei porquê, porque ela é de confiança!

Não acham que eu tinha que transmitir-vos esta boa novidade? Só mais um pormenor único - como fui de boleia com uma amiga que tem carro e vai levar o marido ao escritório de manhã a Botafogo, levantei-me às 06h45, para estar pronta às 7h15. Era 7h45 já estava a entrar no meu muito amado Prizunique. Nunca na minha vida imaginei que ia estar FELIZ, às 7h45 num supermercado!

Hoje vem cá jantar uns amigos "tugas" - a Susana Leite e o Miguel. Vai ser a primeira vez que recebemos! O Pedro deve estar a chegar em breve de Natal e espero que o voo não atrase. Achei que o melhor jantar era o típico brasileiro - filé mignon com arroz e feijão preto, "regado" a caipirinhas (com adoçante!) e vinho chileno e de sobremesa manga, abacaxi, melão, meloa e gelado.
Há sempre lugar para mais um, por isso, se quiserem, apareçam!

Bjs

P.S. De qualquer forma, se souberem que o Continente Online entrega para estas bandas .... AVISEM!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sem nada para acrescentar

Muitos dos meus imensos seguidores (!) devem achar estranho o facto de estas crónicas serem cada vez mais espaçadas no tempo. Mas de facto não é nada estranho. Pensem na vossa vida de todos os dias: têm novidades e histórias para contar todos os dias? Estou certa que não.  Nem a famosa "troka" dá novidades todos os dias. Temos histórias e "coisas novas" para contar quando vamos de férias, quando vamos à descoberta de novas coisas, quando passamos um fim-de-semana fora. No nosso dia-a-dia as coisas vão acontecendo normalmente, repetidamente. Não estamos de férias, mas sim a viver o dia-a-dia, por isso é normal que existam muitos dias parecidos e sem nada de relevante para contar. Quando formos passar fins de semana fora, de certeza que haverá mais novidades.
Mas mesmo assim, e para os mais curiosos aqui ficam algumas dos últimos dias. Já temos 4 rodas! Não, não é o carro mas sim a minha bicicleta e do João. o Mi também tem mas va-se lá saber porquê ao fim do 1º dia de existência já está com os pneus furados e por isso não pode ir andar hoje à tarde. Eu e o João temos ido andar ao final da tarde, nem que seja meia hora. E é muito bom, pois é um programa "a dois", que tanto encanta o João.


 
No Domingo fomos a um picnic no Parque Lage organizado pelas mães da turma do João. O Parque Lage tinha sido aonde o Mi tinha ficado sem a banana por que o "mico" roubou. Foi giro, conhecemos alguns colegas do João e os respectivos Pais e Mães.




E por hoje é tudo!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

E para que não hajam dúvidas ...

... aqui vai foto acabadinha de tirar.


Andei 7,2 km, logo pela manhã. A foto foi tirada em Copacabana, em frente ao posto 4, depois de já ter andado metade do percurso. Tenho as pernas a doer, mas tenho que acreditar que é por serem os primeiros dias!
Quem me vier visitar traga sapatos de ténis adequados para caminhadas!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O mito do Calor

Sinto-me enganada. Literalmente. Eu explico: existe a ideia que no Rio de Janeiro não há inverno, que o clima é sempre quente, ou pelo menos ameno. Mentira! Hoje está imenso frio (para aí uns 19º graus). Podem achar-me exagerada mas de facto não estou a se-lo. Como fui enganada por esse mito do calor não trouxe, numa das 14 malas que vieram connosco, roupa quente. Tenho 1 par de sapatos fechados e dois casaquitos de malha. Por isso tenho frio. E as casas não estão preparadas para este frio. Pelo menos a nossa não está pois não vou, de momento, gastar dinheiro em cortinados. Por isso tenho frio ... esta noite o Pedro foi para SP por isso vou ter que dormir com o meu Mi, que é muito quentinho.

Hoje andei 6km de manhã (ahah! esta ninguém acredita mas é verdade!). Saí com uma amiga às 8h30 e amanhã vamos repetir a dose. Sabe bem de manhã, mas só se não estiver a chover ... hoje estava a choviscar mas estava calor. Amanhã vamos tentar fazer os 8 km ... logo vos conto o estado das minhas pernas.

Consegui arranjar mais uma amiga para o skype - hoje falei com a Lucília, que vai ser a nossa primeira visita oficial (e agora me lembro que as camas ainda não chegaram ...). Já lhe fiz algumas encomendas e ela hoje teve o prazer de me mostrar, ao vivo e a cores, as 6 colherinhas de café que lhe encomendei!!! Finalmente vou mexer o café com colheres de tamanho decente.
Poderia dizer que cá não existem colheres de café, mas estava a ser injusta. No faqueiro que eu comprei (e que representam 98% dos faqueiros que estão à venda) não existem nem talheres de peixe nem colheres de café. Nos outros 2% que existem à venda, e que custam 5 vezes mais, existem tais peças. Como sou "fona" claro que me marimbei para os talheres de peixe e comprei do mais barato. Mas problema resolvido - a Lucilia providenciará as colheres de café já no início de Dezembro.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O 1º fim de semana de praia

Finamente fui à praia e dei um mergulho! No sábado estava um dia óptimo e fomos à praia logo a seguir ao almoço. O Kiko foi com os amigos de manhã e por isso foi o primeiro a ter a honra de dar um mergulho na praia. Fartamo-nos de rir porque ninguém usa toalha de praia - só kangas. Eu por acaso tinha trazido duas de Lisboa, que repartimos pelos 4 (O Kiko recusa tal coisa e diz que se seca em pé!). Vou ter que num dos meus passeios pelo calçadão comprar mais umas. Por enquanto, com o tempo não muito quente, até dava jeito uma toalhita de praia, mas dizem-nos que quando começar o calor chegamos secos à cadeira de praia, por isso a dita kanga é mais do que suficiente. Só aqui entre nós, que ninguém nos ouve ... aproveitei para comprar uma parte de cima de bikini, baratíssima, enquanto eles estavam no mar ...

No Domingo também fomos à praia, mas fomos para a Barra. A praia é boa, a água é mais transparente e a praia tem menos gente - também já nos disseram que tem menos povão que estas ao fim de semana. No Domingo almoçamos às 17h00 (!!!) num restaurante de picanha, na Gávea, e nada turístico. Ou seja, estamos mesmo a começar a entrar no esquema dos Cariocas - almoçar tarde para depois não jantar. Mas não me safei ... e tive que lhes aquecer uns restos para o jantar. Tivemos a sorte de ir com uma casal de portugueses, que tem 4 miúdos amorosos e mais ou menos da idade dos "pequenos". Foi muito bom ter companhia.

No sábado o Kiko não teve programa e por isso fui com o Pedro ao teatro. Gostei imenso. Era uma comédia divertidissima. Há tradição de teatro no Brasil e por isso temos que aproveitar.
Foi "muito gostoso", como eles dizem!

Acabo de "fazer feira" com o Kiko. Pedi-lhe ajuda quando chegou da escola e fui ao mercado ambulante de feiras e legumes que há todas as segundas feiras aqui ao pé de casa. Viemos carregadíssimos e comprámos frutas que nunca tinhamos visto nem provado. Mas foi muito bom este mini programa com o meu "Grande". Fartámo-nos de rir, com os homens a darem-nos tudo para provar. Trouxe frutas que nem sei o nome, mas como são doces ... Esta semana não quero mais ouvir falar em falta de fruta. Acho que a minha Mãe e o meu Sogro vão adorar ir comigo "na banca do Charlie e do Henrique" (que ficaram já meus amigos e até me fizeram um desconto) comprar frutas. Reparei agora que me esqueci de comprar alface .......... mas hoje já lá não volto.

Para a semana os miúdos vão estar de férias. Deus queira que o tempo melhor (hoje está uma chuvinha chata) para eu os arrancar de casa.
E por agora é tudo!